quinta-feira, 1 de maio de 2014

Canal do Youtube: As Quatro Estações

O canal do Youtube As Quatro Estações, cujos roteiros são escritos pela historiadora Regina Horta Duarte, da UFMG, contém materiais bastante diversificados sobre "as relações entre a sociedade e a natureza ao longo do tempo".

Pode ser interessante mostrar alguns deles aos alunos, seja na escola, seja em uma atividade para casa. Mas, independentemente disto, os vídeos podem ser úteis para os próprios professores.

Eis alguns exemplos:








Link para o canal: https://www.youtube.com/channel/UCEOC9XfCxfF6O08_TzqtgEA

História & Natureza, de Regina Horta Duarte
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segunda-feira, 28 de abril de 2014

Almino Affonso, Daniel Aarão Reis e Carlos Fico sobre o golpe e a ditadura (civil-)militar

A Folha publicou, no mês passado, ao menos duas entrevistas interessantes sobre o Golpe de 1964.

Na primeira, o ex-ministro do trabalho de João Goulart, Almino Affonso, aponta o óbvio: que Jango jamais teve qualquer pretensão de dar um golpe comunista. Afirma também que a imensa maioria dos jornais do período deram crédito a esta ideia - e é curioso o quão grande é o número de pessoas que, ainda hoje, também o fazem. No mais, Affonso também critica aqueles que, mais à esquerda, consideram Jango "inapto".

Ditadura Militar, Esquerdas e Sociedade, de Daniel Aarão Reis
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O historiador Daniel Aarão Reis, da UFF, por sua vez, explica sua preferência pelo termo "ditadura civil-militar", em vez de simplesmente "ditadura militar". Para ele, é indispensável ressaltar o apoio de figuras civis, como as da mídia, para a sustentação do regime. É interessante lembrar que, atualmente, muitos historiadores que preferem o termo "ditadura militar" para o período que durou até 1985 falam em "golpe civil-militar" em referência ao evento de 1964. É o que me parece mais válido, mesmo: o golpe (como também observa o professor Aarão) sem dúvidas conta com o apoio de vários grupos civis, inclusive políticos que pretendiam se candidatar em 1965; mas, com o tempo, muitos destes grupos se afastam dos militares.

De qualquer forma, seria difícil acusar o professor Reis de não levar a sério sua afirmação de que "Na história, devemos nos afastar do militantismo". Afinal, ele chama a atenção para o papel dos civis no golpe e no regime militar mesmo tendo sido, ele próprio, um guerrilheiro de esquerda torturado por estes últimos. Em uma interessante autocrítica, ele afirma que as guerrilhas falharam devido à falta de apoio popular. Além disso, a entrevista também contém seu relato sobre o período de 50 dias em que foi torturado pelo DOI-Codi, seguidos de três meses e meio na prisão. Não à toa, ele conclui criticando a Comissão da Verdade por não poder "vasculhar os porões das Forças Armadas" e ressaltando a importância de debater "o comprometimento com a tortura como política de Estado".

Em vídeo, por fim, há esta entrevista de Fico ao programa Manhattan Connection: Carlos Fico fala sobre ditaduras no Brasil e América Latina.

O Regime Militar no Brasil (1964-1985), de Carlos Fico
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